Amor

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Se eu pudesse deixar um legado, esse seria a lembrança de quanto amei nessa vida.

As pessoas lutam a vida inteira por adquirir patrimônios resumidos em propriedades e bens materiais. Patrimônios esses, que um dia, as pessoas lutarão e poderão brigar por eles, e, lá na frente, não restarão memórias do que isso representou. Bens vêm e vão, passando de mãos em mãos, que, talvez, sequer poderão saber o que realmente representou a quem os adquiriu. Olhamos as ruínas de civilizações que nos deixaram, e, o que temos hoje, um dia, também serão ruínas ou símbolos de um poder esquecido. Bens materiais são materiais, e, como o próprio nome diz: são feitos de matéria, acabar e destruir-se-ão com o tempo.

Não, não que eu seja avesso a possuí-los, mas não digo que seja o fim, talvez, um meio. Não que eu seja puritano, totalmente desapegado de tais bens, mas vejo que há bens maiores a serem construídos e cultivados. Vejo que o maior deles é o “amor”; amor à vida, àqueles que nos são caros e importantes, o amor por amar, simples, assim.

Falando-se em legado, gostaria de ser lembrado, ainda que apenas nessa existência, pelas palavras que foram ditas ou escritas; pelos abraços apertados, os quais ficaram um pouco de mim; pelo olhar, que tocou as almas; aos olhares fundos em seus corações, curando feridas, levando comigo suas dores e aflições. Gostaria de ser lembrado pelas palavras carinhosas, pela compaixão àqueles que sofrem, ajudando-as, a entender que não estamos sós nessa caminhada. Gostaria que meu coração fosse lembrado por seu tamanho e por quantas pessoas ele alcançou.

Reis, barões, generais. De nada adianta ser lembrado pelo título, se não houver um adjetivo, que o diferencie e o torne especial, afinal, quantos e quantos não existiram, e ficaram por isso mesmo? Longe de querer ser um Buda, Cristo ou Madre Tereza; mas, se no mínimo, ficar a lembrança de alguém que amou, foi amado, ajudou e foi ajudado, é lá que gostaria de ser encontrado.

Amo por amar, como disse o poeta: “Amar verbo intransitivo”. Amar, uma palavra desconhecida. Não existe o quê ou quem, apenas amor; mas pode existir o “como amou”, “o quanto amou”. E são nesses advérbios que deixaria meu legado, minhas memórias e minhas lições…

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